Sobre nós - Café Sustentável 5588

Sobre nós

A nossa história está ligada a dois movimentos: a ocupação da Serra da Boa Esperança por cafeicultores desde os anos de 1814 e a introdução do conceito da sustentabilidade na produção do café no início do século XXI.

Buscar nossas origens nos leva, portanto, a responder algumas perguntas:

  • Como, numa região tão profundamente marcada pela cultura tradicional do café, foi implantada uma nova concepção na produção do café — a sustentabilidade?
  • Por que, nos anos 2005 a 2009, 49 produtores que, depois, formaram um grupo de 69 cafeicultores resolveram enfrentar juntos o desafio de se educar para assumir coletivamente o papel de parceiro, condutor e pioneiro da sustentabilidade na produção do café?

A resposta está no novo caminho que nos foi mostrado e era uma exigência básica da certificação que pretendíamos obter: Certificação FairTrade (ou Comércio Justo).

Tratava-se da implantação de uma nova concepção na produção de café: a sustentabilidade, que era a exigência básica da certificação pretendida: certificação FairTrade (ou Comércio Justo).

Constatamos que o Comércio Justo nos impunha exigências: preservação e recuperação do meio ambiente, através da conservação do solo, preservação das nascentes, mudanças no manejo da lavoura, diminuição do uso de defensivos, não utilização de venenos.

Mas assumimos ainda que as mudanças deveriam estar ligadas às condições de vida e estratégias de sobrevivência do produtor. A melhoria da produção e da qualidade do café deveria ser conquistada num trabalho contínuo e persistente no qual os envolvidos fossem percebendo que cada ação realizada pedia uma nova postura frente ao modo de ver a terra, a lavoura, seu trabalho, seus ganhos, suas perdas.

Esse caminho significava a implantação de um novo conceito na cafeicultura brasileira para os pequenos produtores de café pois buscava alternativas econômicas e sociais que, somadas às políticas públicas para a agricultura familiar, evitassem o êxodo rural.

O Comércio Justo se mostrava uma alternativa possível, frente ao crescente avanço das grandes fazendas de café que utilizando tecnologia de ponta, dentro de um sistema agroalimentar de produção de commodities, aumentavam o desemprego no meio rural e diminuíam a capacidade competitiva do pequeno cafeicultor.

Como trilhar o caminho da sustentabilidade? No qual a proteção do homem e da natureza eram o centro da produção e da qualidade do café?

A resposta nos indicava a necessidade urgente e inadiável de nos educarmos, crianças, jovens e adultos, para assumirmos o papel de parceiro, condutor e beneficiário da sustentabilidade.

O projeto de sustentabilidade exigia uma metodologia de intervenção participativa, de implantação de uma estrutura democrática na qual todas as decisões fossem adotadas coletivamente.

Para isso, foi criada uma rede de ações interligadas do pensar/fazer — na qual os produtores sentissem que cada ação realizada era uma intervenção no meio ambiente, mas também no seu cafeeiro, na sua produção e, portanto, nos resultados de seu trabalho, ou seja: produzir mais e com qualidade, para ter melhores resultados econômicos, garantindo a:

A Sustentabilidade da Vida, do Meio Ambiente, da Comunidade, do Produtor e suas Famílias.

A crença que nos guiava era a de que a melhoria das condições da produção e da qualidade do café e a abertura de novos mercados levariam ao desenvolvimento social e econômico dos pequenos produtores, de suas famílias e da comunidade.

Nesse trabalho, procuramos associar as mudanças à comercialização do café, indicando aos produtores que as melhorias tecnológicas na produção quando associadas à conservação ambiental, melhoravam e abriam um novo mercado.

A oferta de um café realmente especial era demandada por compradores também especiais, prontos a pagar um preço mais alto por produto diferenciado pelas suas qualidades: um café produzido dentro dos critérios ambientais, trabalhistas e de desenvolvimento social, estabelecidos pelo Comércio Justo, em nível mundial.

Em 2008, com a certificação, pela FLO/FairTrade, houve um grande crescimento organizacional e participativo da associação, e o estabelecimento de novas bases para a produção de café dentro dos critérios ambientais, trabalhistas e de desenvolvimento social, estabelecidos pelo Comércio Justo, em nível mundial.

Os produtores decidiram, em 2009, criar uma cooperativa, com 69 cooperados que, sem perder de vista sua missão, pudesse atender aos requisitos da comercialização do café, nacional e internacionalmente.

Atualmente somos 196 produtores, sendo 80% pequenos produtores, que continuam com a missão de:

"Trabalhar pelo desenvolvimento sustentável das localidades por ela atendidas, visando à melhoria das condições de vida dos produtores, principalmente os pequenos produtores e suas famílias com o objetivo da melhoria do café produzido e do seu beneficiamento buscando um produto cada vez melhor para o Comércio Justo em nível nacional e internacional."